sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Era uma vez um povo, que tinha a mania que era igual aos outros!

A Oeste da Europa, numas terras muito bonitas, cheias de sol, praias de encantar, muito verde, poderia dizer-se, que é um sonho de terra mas não, é lindo só.
Foi um país que começou aos empurrões, o filho bateu na mãe, uma grande confusão logo de início, e quem torto nasce...
Teve momentos altos, outros de grande aflição, houve alturas em que o ouro entrava a rodos nos cofres da corôa, mas tudo isso se perdeu, sempre porque este povo, sobretudo quem tinha a obrigação de o governar, nunca soube fazê-lo. Até no tempo da fartura do ouro, que lhes chegava da Colónia Sul Americana, metade ficava pelo caminho, roubado por funcionários do governo, tal qual como nos dias de hoje, sendo que actualmente não roubam lingotes de ouro, mas desbaratam o dinheiro dos cofres do Estado, e até já venderam grande parte das reservas auriferas do Banco Central.
Um dia mataram o Rei e o principe, veio a implantação da República. Prometeu-se de Liberdade, Igualdade e  Fraternidade.
Viva a República, abaixo a corrupção, e aquele monte de palavras de ordem que o povo gosta de ouvir, naqueles tempos haviam homens que se bateram pela causa, eram honestos e rigorosos, e não gastaram um centavo dos cofres públicos, mas os oportunistas e taxistas mudaram de casaca e rápidamente de monárquicos passaram a republicanos, daí ter ficado tudo igual ou pior do que estava antes. Fizeram-se muitas asneiras, mandaram para uma guerra mundial os melhores filhos da nação, abandonaram-nos lá à sua sorte, morreram de fome e de frio, foram para os horrores do inverno francês sem roupa e calçado adequados, confiaram nos seus aliados ingleses, que lhes viraram as costas, deixando-os emboscados à mercê de um inimigo poderoso, e só a muita coragem fez com que  alguns de lá escapassem. Entretanto tudo se descontrolou, a confusão nas ruas era diária. Normalmente nestas alturas vêm sempre os oportunistas e os espertos. Houve uma revolta militar, que não encontrou qualquer resistência pois claro, o povo faminto sem esperança já estava por tudo. Dessa revolta veio um senhor Doutor provinciano, com pronuncia e tudo, afecto à Igreja Católica, que entretanto também andara a minar tudo, para voltar a deter as rédias do poder, que havia perdido com a implantação da República, esse senhor doutor livrou-se de uma guerra fez negócios bons para o país com os dois lados dos contendores, mas era um ditador feroz, que não soube acompanhar os ventos de mudança, e a sede de se imortalizar na cadeira do poder cegou-o, e democracia era a palavra maldita, quem a pronunciasse era um homem morto. Não era um republicano, mas governava uma república, onde não havia igualdade.
Engraçado que esses idealistas,  da implantação da república, se esqueciam da Igualdade, porque mantiveram colónias, em que os naturais não tinham quaisquer direitos.
Passados mais de quarenta anos após a implantação da república, os naturais dessas colónias revoltaram-se, deu-se uma Guerra que durou mais que uma década. O povo miserável também aí foi chamado a intervir em defesa de um património, que não lhe dizia nada. Ouvia-se falar na escola, e estudava-se que eram terras muito ricas e muito extensas, porém, tudo muito longe algures nos Continentes Africano, Asiático, até uma Ilha na Oceanía.
Morreu muita gente de ambas as partes, o povo desse país viu partir durante esses anos, todos os seus melhores filhos. Partiam a um ritmo senão diário pelo menos semanal, em barcos sem quaisquer condições, em porões destinados a carga, escuros mal cheirosos, e em camas que não se dão nem aos animais. Alguns priviligiados iam em camarotes, mas tinham que ter divisas ou galões, nas platinas da farda.
Tudo tem um início e um fim, um dia uns militares revoltaram-se, descontentes com várias situações, há quem diga que também havia reeinvindicação salarial, mas sobressaiu dali uma revolução de "tipo" ?esquerda? com adesão total do povo.
Ocuparam-se estupidamente casas, herdades, fábricas, tudo em nome desse povo, que ia a reboque dos politizados que criaram a confusão e o caos, até que alguém conseguiu travar aquela balbúrdia.
Sonhou-se muito, começaram a vir ordenados, um bocadinho melhores, não para todos claro, vieram reformas, na generalidade muito pequenas que mal dão para comer, mas reformas, veio um serviço Nacional de Saúde, a esperança de vida aumentou, a taxa de mortalidade infantil desceu, passou a viver-se segundo os padrões dos países em vias de desenvolvimento. Entretanto os anos passaram e o povo foi sendo novamente enganado, e roubado, foram-se degradando os cofres desse país, até que com a degradação da conjuntura mundial, e com os defeitos de uma coisa entretanto inventada de nome "globalização", esse país como era pequenino e frágil, ficou à mercê dos abutres e oportunistas, que como já não têm que roubar nos países deles, vão roubar os dos outros. Esses ladrões, mandaram para lá uns iluminados e espertos, com as idéias "troikadas" dos naturais, vão-lhes fazendo a vida negra, tirando tudo o que até então ainda não passava de uma forte esperança em alcançar o nível  de vida igual ao dos outros povos evoluídos.
Enfim "pobre povo, Nação de Valentes, mas também de aldrabões, ladrões e vigaristas, Imortalizada pela desdita de sucessivas governações incompetentes", mas as piores são sempre as futuras, e esse povo já está a sentir isso na pele.
Andam quase nus, a fome alastra como uma praga, andam a pé ou passaram a utilizar a bicicleta, porque lhes aumentam os combustíveis diáriamente, os transportes que deviam ser acessíveis ao público têm preços exorbitantes. Vão ficar sem as suas miseráveis pensões, já não têm médicos, a assistência social não passa de uma nomenclatura.
Vai ser como era antes, um país de gente muito pobre, e uma elite de muito ricos que escraviza o seu semelhante.
Coitados, eles só queriam ser como os outros!

1 comentário:

  1. Que pessimismo, Amigo! Há que animar e não nos deixarmos ir abaixo. Herois do mar, nobre povo, nação VALENTE!

    Beijinhos

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