quarta-feira, 30 de novembro de 2011

As melhoras companheira!

Sintra 15 de novembro de 2011.
Escrito na data acima, depois de muito pensar resolvi publicar, porque a minha companheira de caminhada ao longo de quarenta e muitos anos ainda sofre, depois de duas pequenas cirurgias, seguidas.
Isto incomoda-me bastante, porque eu não quero vê-la sofrer.
                                                               
A vida coloca-nos muitas provas de superação, e quando obstinadamente caminhamos para a idade de ouro, ao mesmo tempo, aquela em que muitos de nós vão começando a ter problemas com o desgaste, e o peso dos anos, surgem as surpresas.
Amiga, logo hoje 39 anos depois de me teres dado o privilégio de ser pai. Uma daquelas doenças traiçoeiras, obrigou-te a mais uma intervenção cirúrgica.
Eu, a família e todos os teus amigos, desejamos que consigas superar do mesmo modo como enfrentás-te todos os problemas até hoje, corajosa e bravamente.
Há trinta e nove anos que este dia, é sempre um dia de reunir a família, tem havido sempre uma festa, maior ou menor conforme a disposição e disponibilidade, mas nunca falhámos no dia do aniversário da nossa filha, que adora fazer anos, hoje teve que estar junto da mãe e do pai na clínica a apoiar, ajudar a mãe, e porque não o pai que sózinho não teve força para ver a companheira debilitada e doente.
Estes miseráveis dias, em que de momento a momento somos confrontados com a crise, estamos a ser postos à prova na nossa família com diversos problemas, como que para aferir da nossa capacidade de sofrimento e de superação.
Como alguém já disse temos que ir à bruxa!
Não será por aí!
Seremos fortes e valentes psicológicamente para vencer, esta altura da nossa vida menos boa.
Um beijo companheira.
Publicado em 30 de Novembro de 2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A doença da Europa, ou o que eu gostava de ter escrito.

Estou muito preocupado com esta situação politico-económica, não vejo nenhuma vontade de alguém resolver o problema, e também não me parece existir gente com capacidade para o fazer.
Com a devida vénia, vou publicar um texto escrito pela Dr. Ana Gomes, também ela radicada em Sintra, não sei se sintrense de gema, mas gente deste é que faz cá falta.
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A eurodeputada socialista tece duras criticas à Alemanha por não assumir as suas obrigações como mais forte e rica potência europeia.
Num artigo publicado hoje no 'DN', Ana Gomes diz que "o euro pode ruir amanhã: por mais cimeiras que façam, esses aprendizes de feiticeiro não controlam o feitiço que puseram à solta nos mercados financeiros".
Escreve a eurodeputada que as reacções tardias e insuficientes ao problema da dívida fizeram com que os especuladores percebessem que vale a pena especular. "A especulação já dobra Espanha e Itália e ameaça França". Por isso, "é urgente que a Alemanha deixe o BCE assumir-se como financiador de último recurso na zona euro", sublinha.
É que "os vossos superavites orçamentais, amigos alemães, são contrapartida dos nossos défices", critica a eurodeputada.
Isto porque "quem encorajou os nossos governos, bancos, empresas e cidadãos a endividar-se foram os vossos banqueiros, empresários e caixeiros viajantes, instigando-nos a tirar partido do baixo juro do euro para lhes comprar submarinos, carros, equipamentos e tecnologias", acusa Ana Gomes.
E continua: "A falta de competitividade das nossas economias não é só culpa nossa: a UE desindustrializou-se nas últimas décadas, pagou a agricultores para não produzirem e a pescadores para não pescarem."
A eurodeputada deixa ainda um apelo à Alemanha: "Para não terem de nos sustentar, deixem mutualizarmos a dívida, para voltarmos aos mercados a juros comportáveis; respeitando regras, bem-entendido, mas beneficiando da boa notação que vocês e poucos na zona euro ainda mantêm. Chamem-lhes eurobonds, obrigações de estabilidade" ou o que queiram".
Ana Gomes conclui com uma chamada de atenção aos cidadãos alemães: "Não criámos a UE para a ver agonizar agora, com mezinhas Merkozy. Digam aos vossos governantes que queremos a Alemanha europeia, mas nunca engoliremos uma Europa alemã".