domingo, 26 de junho de 2011

89º ANIVERSÁRIO da Soc. Filarmónica "OS ALIADOS"

Depois de um interregno de mais de 20 anos, no passado Domingo 12 de Junho, voltei a tocar nesta colectividade de São Pedro de Sintra, freguesia onde moro desde que vim da Guerra Colonial em 1970, toquei lá para ajudar a banda quando era necessario, nos anos 70 e 80, mas com as alterações porque passam as nossas vidas, mudança de residência, e outras músicas, deixei de colaborar com esta simpática colectividade.
O que me fez voltar? A minha neta Carlota, que há muito se mostrava interessada em aprender música, e saxofone de preferência. Fomos inscrevê-la na Escola de música da S.F. "OS ALIADOS", onde temos muita gente amiga e conhecida, desde logo os meus sogros eram lá pessoas muito estimadas, e com passado, não só filármónico como directivo, e eu também fui lá músico.
Com a minha situação de reformado, e, chegado de novo ao local de origem, São Pedro, com a Carlota lá na Escola, fui convidado pelos dirigentes, e pelo Maestro Rui Moreira, não poderia nunca recusar, até pela disponibilidade, e vontade que me move em ajudar esta causa. Assim hoje sou mais um filármónico desta simpática colectividade, que no Domingo fez 89 anos. Esta casa tem um potencial elevado, tem uma escola de música, que ensina bem, e sem cobrar um cêntimo, só esperando a contrapartida, que depois cada um venha a ser um filarmónico, dedicado e presente.

Depois deste preambulo já extenso, falar um pouco sobre o programa, que para mim tinha dois pontos mais importantes, desde logo a primeira actuação da minha neta Carlota, com uma pequena peça a solo, já a tocar Sax-alto, peça essa que ela estudou caprichosa e incansávelmente, ao ponto de a já saber de cor, estava super segura, eu estava posso dizer vaidoso da sua capacidade, e da vontade que ela tinha em apresentar-se em público. Mal dormiu nessa noite antes da apresentação, tal a excitação, tem 11 aninhos, é uma criancinha, muito responsável mas criança.
Antes do início do espectáculo, tocou várias vezes a peça para aquecer o instrumento e praticar, ao ponto de o maestro a mandar parar para ela não se cansar. Tudo se conjugava para uma actuação cheia de sucesso. Quando foi a sua vez, depois das primeiras linhas da pauta terem sido tocadas exemplarmente, surgiu uma nota falhada. Daí já não foi capaz de sair, já não conseguiu tirar mais nenhuma nota, ainda se trocou de instrumento, porque o que ela usou é um Sax  recentemente reparado, com pouca qualidade,  e poderiam ser problemas técnicos, mudou-se para outro novo, mas ela não se adaptou, enervou-se, e, com a casa cheia de gente, levou uma ovação monstruosa pela sua tenacidade, e pelo modo como aguentou perante tanta gente aquela empreitada sem verter uma lágrima, mas, quando saiu do palco desatou num pranto, que ninguém conseguia parar.
A Carlota em palco com o Maestro Rui Moreira

A vida prega-nos destas partidas, só me lembrava dos tempos de espectador assíduo da formula 1, em que os carros super vistos e revistos, na hora de partir, ficavam parados na recta da meta.

O outro ponto para mim importante, era a actuação da Banda, e sobretudo a minha actuação, pela primeira vez na minha vida a tocar Timpanos.
Eu sou sempre crítico do meu trabalho, como não fiz uma actuação limpa de fio a pavio, não gostei, tenho em meu favor o facto de os ensaios terem sido poucos para as minhas necessidades, sei que posso melhorar, e vou fazê-lo.
A Banda está a atravessar um bom momento, o Concerto foi do agrado geral, há muita gente nova, e um jovem maestro muito competente, criterioso, muito dedicado e disponível para tudo o que seja ensinar e melhorar o nosso desempenho. Merece que os músicos lhe dispensem toda a atenção, e disponibilidade também.
Parabéns à Sociedade Filármonica "Os Aliados".