sábado, 2 de junho de 2012

CONTINUAMOS RACISTAS

Nós, que até temos um governo que manda os nossos filhos e netos para a emigração, que sempre fomos e somos, um povo que se sente apertado dentro deste minúsculo retangulo, que estamos quase em todo o mundo, que nos adaptamos com facilidade, gostamos que chegados além fronteiras os locais nos tratem como pessoas suas iguais. Sabemos que também nos tratam mal, isso não é sinónimo que dentro das nossas quatro paredes tratemos abaixo de cão, os cidadãos que para cá vieram em busca de uma vida melhor, são cidadãos que aqui trabalham, e descontam tal e qual como os portugueses.
Uma moça que trabalha na minha casa, está a tratar de colocar o filho na pré-escolar, tal qual como nós com a nossa mais pequena, as crianças têm uma diferença de idade de uma semana. Mora no mesmo sítio que a minha filha, o grupo escolar é o mesmo, as voltas e documentos são os mesmos. Nós temos tudo resolvido vai para dois meses, ela porque é estrangeira têm-lhe posto tantos entraves, e feito tantas diabruras só agora conseguiu fazer a matricula, mesmo com a nossa ajuda.
Quando nós lá fomos matricular a nossa neta, as fotocópias necessárias ao processo foram tiradas na secretaria da escola, ninguém fez qualquer objeção, pois ela teve que lá ir outro dia porque a mandaram ir tirar as fotocópias fora e já não deu tempo para apanhar aberta a secretaria.
Foi lá imensas vezes, hoje falta isto amanhã falta aquilo, um inferno.
A moça já chorou várias vezes pelo modo desprezível como a têm tratado, ela que até tem muito bom ar, é jovem, bonitinha e muito educada. Sinto nojo de saber que existe ainda esta gente que tem prazer em fazer mal ao seu semelhante.
Eu fui parte activa de uma situação no Continente Cascais, passado com um casal asiático, para mim são todos iguais, sei lá se era chinês, coreano, ou japonês, tinham os olhos em bico, ele e a esposa. As pessoas estavam na caixa ao lado da minha, esperando pacientemente pela sua vêz (era um daqueles dias de casa cheia), a senhora entretanto tinha esquecido um produto e foi buscar, enquanto o marido estava ali ao meu lado, afastou-se do carro talvez nem um metro, vem um casal de "tugas" idoso, daqueles que não deixam Portugal bem visto em lado nenhum, afastaram o carro e meteram-se à frente porque o carro (cheio), à boca da caixa, estava abandonado!
O chinês estava ali mesmo, ficou perturbado, porque as pessoas estão em terra estranha, qualquer um ficava no lugar dele, sendo estrangeiro ou local, não querem confusão. Eu tive que intervir não podia ficar calado sob pena de ser cumplice de uma injustiça, coloquei tudo em pratos limpos, chinês no seu lugar, o tuga lá para tráz.