quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A minha amiga ucraniana.

A senhora que trata das unhas da minha mulher pés e mãos, é ucraniana.
Perguntámos-lhe qual a situação atual vista pelos olhos de uma cidadã ucraniana, e o que estavam a passar os seus pais e familiares?
Os pais são considerados velhos, embora um bom bocado mais novos do que eu e a minha mulher, são camponeses e residem em terras do interior, numa pequena cidade, pela descrição é uma miséria pegada. Não têm noção do que se está a passar em Kiev, até porque ainda vivem como no tempo da antiga URSS, caladinhos, mantidos na ignorância, e nada de se meterem em política.
A Ucrânia é um país sobretudo de velhos, porque quem tem idade para emigrar, vai-se embora. 
A miséria é mais que muita, nada ou quase nada faz os ucranianos ficarem na sua terra.
A roupa da última moda, e de excelente qualidade, para os nossos orçamentos é quase dada, um vestido de costureiro de marca, fica por 25€, preço inacessível para a maioria dos ucranianos. 
Fiquei a saber por ela, que a corrupção está enraísada na generalidade dos serviços, um cidadão que não ceda à chantagem de um polícia, pode ser abatido de imediato ou vai preso sem culpa formada, as mulheres são violadas e mortas, como quem mata uma galinha, direitos humanos é algo que não consta no cardápio da Ucrânia.
Não lhes gabo a pachorra por se estarem  a matar uns aos outros para aderirem à CEE, mas também reconheço que estarem agarrados à Rússia e seus capangas não lhes assegura um bom futuro. Venha o diabo e escolha.
Desejo que se resolvam todos os diferendos com a maior brevidade, porque estas mortes gratuitas não favorecem ninguém, nem na Ucrânia nem em lado nenhum.
Por uma Ucrânia livre e democrática, o meu abraço solidário ao seu povo.