sexta-feira, 18 de março de 2011

Amanhã é o Dia do Pai!

Na minha maneira de ver, trata-se de mais um dia para alegrar a carteira dos comerciantes. Quando era  jovem adorava este dia porque era o dia do BAILE das CAMÉLIAS, e isso para os sintrenses do meu tempo, era a única coisa que contava.
Durante muito tempo só se comemorou o dia da Mãe, que em Portugal era a 8 de Dezembro, dia da Padroeira de Portugal, Nª Senhora da Conceição.  Até essa data foi alterada.
Há o dia de tanta coisa, também porque não o dia do Pai?

Não quero deixar passar a data sem homenagear o meu pai, com quem só convivi 20 breves anos, porque quiz o destino que tivesse uma morte prematura aos sessenta e três anos. De igual modo não podia esquecer o meu sogro, um homem bom que foi para mim outro pai, com quem passei, mais de trinta anos de amizade,camaradagem e porque não dizê-lo também amor, como se fosse seu filho.
Aos dois Pais, Carlos e Francisco, as minhas homenagens pela passagem de mais este dia dos Pais.

FALLAS de VALÊNCIA

Viajar é dos melhores momentos que a vida nos proporciona.
Numa dessas viagens, comprada sem saber exactamente do que se tratava, sabíamos só que era uma grande festa, mas desconhecíamos o teor, e sobretudo que era uma festa onde os petardos e bichas (mescletas), o fogo de artifício, e as fogueiras fazem parte  do tema, porque ainda há os NINOT's a concurso.
As Fallas também são chamadas de festas Josefinas, (Festas de São José) celebradas em honra do patrono dos carpinteiros.
Estão nesta altura do ano os Valencianos, em pleno gozo da sua grande festa anual, um deslumbramento.
Os valencianos são muito orgulhosos do seu dialecto, alguns só falam o valenciano recusando-se a falar castelhano. É um arrazoado semelhante ao catalão, talvez até pela situação geográfica, tem mais de catalão que de castelhano.
Cartaz deste ano das Fallas
Um dos Ninot's a concurso

Uma Fallera a desfilar, com o traje regional.
                         Outra rua com o seu NINOT
 
Valência além de ser uma bonita cidade mediterrânica, com muito para ver, tem nesta altura do ano desfiles dos seus bairros, com as suas falleras (mulheres) trajadas a rigor, cada uma com um ramo de flores na mão para fazer o manto da Padroeira, que lá está no largo da Catedral, representada com uma armação em madeira gigantesta que vai ser vestida com as flores que as mulheres vão trazendo ao longo de mais de um dia de desfiles. Cada bairro leva a sua banda de música ou agrupamento de música tradicional.
Os largos e ruas estão engalanados com os seus NINOT's, grandes bonecos feitos artisticamente em madeira, esforovite, e outros materiais combustíveis, porque o seu destino é serem queimados na noite do dia de S. José (19 de Março) dando origem a grandes fogueiras no meio das ruas. No dia 20 de manhã Valência está pronta para trabalhar, com todas as ruas impecávelmente limpas, como nada se tivesse passado na noite anterior.
Um verdadeiro espéctáculo de luz, côr, música, alegria e sobretudo arte, demontrada das mais diversas maneiras. As corridas de toiros para os aficionados, é também um verdadeiro culto.



terça-feira, 15 de março de 2011

AFINAL O GOVERNO OUVIU OS MANIFESTANTES!

Não pretendo enveredar neste meu espaço, por temas de carácter político, pretendo isso sim abordar mais a parte cultural, com temas despretenciosos, e de que eu goste.
Mas não podia deixar em claro, uma notícia que me chegou neste momento à minha caixa de correio.
Quando todos os portugueses são confrontados com o aumento do IVA na grande maioria dos bens de primeiríssima necessidade, vêm os "Governantes" aceder a uma reivindicação do Sector do Turismo, mais própriamente dos Campos de Golf, em baixar a taxa do IVA de 23%, em vigor desde Janeiro, para 6%.  Alegação do sector; - podem os estrangeiros, não vir, ou  ir embora por pagar uma taxa tão alta!
Um estrangeiro que venha jogar golf para Portugal, já beneficia de preços baixos relativamente aos seus países, em quase tudo, desde a dormida ao café, passando pelos preços por volta num campo de golf. Isso no fim se houver seriedade do Hoteleiro, o cliente nem dá por isso. O sector hoteleiro, é que normalmente inflaciona o preço, e são muito capazes de aumentar os preços por volta, na mesma, com a alegação do aumento de impostos.
Então e os músicos? Que continuam a pagar um imposto de "Luxo" injusto de 20%, mais 23% de IVA, sobre o preço dos instrumentos adquiridos. Imposto de luxo este, que vem ainda do tempo do Salazar, mas que ninguém tem a coragem de tirar. Os pobrezinhos do golf, coitados, se for preciso ainda se faz uma petição nacional para ajudar esta gente tão carenciada, para mais tratando-se de um artigo de primeira necessidade.
A notícia vem aqui

Solidariedade com o JAPÃO

É justo lembrar, e, sermos solidários com um povo que sofreu mais um enorme golpe, que abala até o mais insensível dos humanos.
Povo disciplinado, trabalhador, e preparado para sismos, que lhes batem à porta a um ritmo por vezes diário, mas para uma brutalidade destas, não há preparação que resista.
Dizem os entendidos que nós devemos colocar as nossas barbas de molho, porque isto é ciclico e nós estamos desde 1755 em lista de espera.
Que os DEUSES, nos protejam porque se houver algo semelhante a esta desgraça, nós vamos morrer como moscas. Se no Japão foi assim e estão preparados, o que seria cá, onde nada foi feito como medida de precaução para estas previsíveis catástrofes.

segunda-feira, 14 de março de 2011

UMA SENHORA ACTRIZ



Durante muitos anos a Revista à Portuguesa, foi o entretenimento popular de eleição.
O Parque Mayer era a nossa Broadway.
Os Teatros ABC, Variedades, e Maria Vitória, tinham sempre Revistas à Portuguesa ou Comédias,  que duravam meses em cena, com duas sessões diárias, e ao domingo três, com a inclusão de uma matine. Uma estafa para os/as artistas, que tinham ali o seu ganha pão, mas tinham que lá deixar o couro e o cabelo para o ganhar. Imaginem estar todos os dias a fazer aquele trabalho, repetitivo, para fazer rir a assistência, por vezes doentes, cansados, e muitas vezes a trabalhar para pessoas cinzentas, que não os entendiam. 
A actriz Ivone Silva, foi uma verdadeira profissional em todos os sentidos da palavra. Era tão obcecada pelo trabalho, e pelo teatro em particular, que deixou andar aquela doença maldita que a havia de matar. Dizia que não tinha tempo para ir às consultas, e aos tratamentos, porque não podia faltar ao Teatro.
    Maria Ivone da Silva Nunes Viana, mais conhecida simplesmente por Ivone Silva, foi uma actriz portuguesa conhecida pelo seu trabalho humorístico na televisão e teatro de revista. Filha de José António da Silva, também actor, e de Ermelinda Nunes, nasceu a 24 de Abril de 1935 em Paio Mendes, aldeia situada no concelho de Ferreira do Zêzere, e veio a falecer em Lisboa a 20 de Novembro de 1987 de cancro da mama.

domingo, 13 de março de 2011

Hoje há sobremesa!

Com a devida vénia!


  
   Por Marta Medeiros


Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir Pudim de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido.
Um só.
Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação..
O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão.....
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou
e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
vários pedaços de pudim,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga:
um pudim inteiro
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Malvino Salvador, nu, embrulhado pra presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . . .

 

Falando de música




Alton Glenn Miller
Nasceu em Clarinda, a 1 de Março de 1904
Faleceu de desastre de avião em 15 de Dezembro de 1944

Numa época em há tantas e tão boas oportunidades de se formarem grandes músicos, consequentemente grandes orquestras, bandas, e outras formações musicais, graça o desemprego no sector.
A conjuntura nacional e internacional, fez com que fossem acabando, as grandes orquestras.
Também com o avanço das tecnologias, qualquer descarado/a, vai para cima de um palco com um teclado com uma disquete, ou ligado a um computador, finge que toca piano, e canta por cima.
Em Portugal com a subida ao poder do Governo do então Primeiro Ministro Cavaco Silva, acabaram as Orquestras públicas, de uma assentada acabou a Sinfónica e a Ligeira. Prometeram-se mundos e fundos, novas orquestras seriam formadas, e outros paraísos anunciados, mais uma vez não passaram de promessas. 
Estamos a uma distância de trinta anos, e a situação foi-se degradando, há grandes músicos desempregados, e sem nenhuma esperança de dias melhores, porque entretanto a crise generalisou-se, e a indústria hoteleira, grande empregadora, também entrou em crise.
Como vão longe os tempos em que se faziam, bailes de gala com Grandes Orquestras, e em que haviam bandas nos Hotéis, Grandes Orquestras e Shows internacionais nos Casinos.
No meu video de hoje, sugiro que apreciem a Orquestra Glenn Miller, na sua criação Moonlight Serenade.