segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A Polémica gerada à volta do Fernando Tordo

Quando aqui escrevi a propósito de mais uma passagem de ano, que o programa que me deteve horas agarrado ao televisor sem estar a saltar de um lado par o outro, foi o programa na RTP MEMÓRIA, "Só nós Três" com Carlos Mendes, Fernando Tordo e Paulo de Carvalho, que por acaso até tive o privilégio de ter sido comentado pelo próprio Fernando Tordo, por esses dias estava eu longe de pensar que esta referência da música do meu tempo, nos iria deixar e partir para o Brasil.
Admito que haja quem goste, e quem não goste, da sua música ou da sua pessoa, ele também nunca fez fretes para que gostassem dele, foi polémico e eventualmente pouco simpático para algumas pessoas, mostrou sempre não ser um acomodado, ninguém lhe poderá nunca apelidar de burro, antes pelo contrário, é um homem culto e inteligente, bom músico, a sua música ficará para sempre no imaginário dos portugueses que lhe conhecem a obra e têm sensibilidade musical, apenas teve o azar de nascer neste maldito país.
O que mais me incomoda nesta "novela" é os escribas do regime (que os há como erva daninha), virem a terreiro para lançar a confusão, venham envenenar escrevinhando que, o homem recebeu 200 e tal mil euros por ter feito uns espetáculos para Câmaras Municipais, e outras entidades sem ajuste direto.
Como se depois das contas bem feitas, não se chegasse à triste conclusão que aquilo dividido pelo tempo, deu uma micharía.
Sem ajuste direto?
Que conversa é esta?
Os artistas que até só deveriam ter que se preocupar com a sua música, e a sua criatividade, foi-lhes criada toda uma burocracia, que para poderem trabalhar tem que se organizar como empresas, papéis e mais papéis, escritas com técnicos de contas, IRC e essas tretas todas.
Têm ainda que contactar com as entidades para angariar contratos, ou fazem-no sozinhos ou pagam uma percentagem aos empresários geralmente 10%, pode ser mais.
Depois de receber o cachet, pagar a músicos, carregadores, empresas de som e iluminação,alimentação e estadia, pouco resta podem crer.
E vêm estes merdas destes jornalistas a mando destes bandalhos, que até para varrer o chão do palácio de São Bento contratam a empresa de um eventual correlegionário sem ajuste direto, por milhares de euros, qual é a moral?
Como se a arte fosse algo que se deva fazer por concurso público?
Então de que valeria aos artistas que estudam anos a fio tiram cursos e formaturas, e sabem mais que os outros, terem esse trabalho, se depois os Concursos Públicos davam o trabalho aos menos capazes porque faziam mais barato. Se assim fosse qualquer dia estaríamos a ver o Quim Barreiros e o Emanuel a atuar na Gulbenkian, e  em São Carlos, porque as Óperas e as Orquestras custam muito dinheiro, e os outros levam mais barato.
Ora vão todos dar uma volta, para não escrever as asneiras todas que me apetece aqui escarrapachar.